O que acontece quando a tela hipnotizante do celular invade a vida de uma criança? Bianca atravessa a sua jornada de descoberta como uma cientista curiosa até perceber que estava se afastando dos seus amigos e de sua família.
Será que ela descobre qual é a melhor hora do dia?
Bianca era uma menina encantadora. Sempre brincando e livremente criando suas aventuras. Tinha mil amigos e mil ideias para novas brincadeiras.
Em suas pequenas mãos, qualquer objeto ganhava nova vida e era magicamente transportado ao encantado mundo. Bianca brincava sempre que podia, e seus pais a encorajavam a construir esse mundo de faz de contas.
A suavidade da vida de Bianca é interrompida quando um celular, sorrateiramente, entra em sua vida. No começo parecia que nada iria mudar e que era apenas mais um desses brinquedos que tomavam sua atenção. Enganou-se.
A criança ainda não consegue administrar o seu tempo frente às telas com parcimônia, como fazem os adultos. O impacto das telas é, sem dúvidas, um caminho sem volta. É por essa razão que ‘Hora de Brincar’ se debruça sobre os limites dessa exposição, especialmente quando em detrimento do brincar.
Eis que o celular a transporta ao mundo hipnotizante do tédio e da solidão. Tudo o que era doce e belo na vida de Bianca se desmorona frente aos nossos olhos.
Aprender no mundo real é primordial para uma experiência humana verdadeira e brincar é fornecer oportunidades para que a criança explore e aprenda (Jack P. Shonkoff, diretor do Centro de Desenvolvimento Infantil, Harvard).
Importa salientar que há lições atemporais a serem depreendidas da obra. ‘Existem consequências para as nossas escolhas’; ‘Tudo na vida tem seu tempo’; ‘Pequenas atitudes são capazes de coisas enormes’; e outras mais. Quem sabe alguma frase relacionada a empatia – relacionamento com pais, amigos e irmãos)
A obra encoraja os pais a terem maior cuidado com a forma que a criança usa o seu tempo livre, e ensina à criança o valor do brincar. Trata-se de um investimento que certamente levará a criança a tomar decisões que trarão o melhor resultado para suas vidas.
Muito mais do que uma obra moralista – aliás, bastante longe disso – ‘Hora de Brincar’ apresenta pais que oportunizam a descoberta e filhos fazendo escolhas genuínas frente um dos vilões da infância contemporânea: a tela.